quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Feliz Ano Novo






                                         Fico vendo as pessoas desejarem um "Feliz Ano Novo" de uma forma tão esfuziante, até mesmo "Adeus Ano Velho" como se referiando a algo ruim, depreciativo, velho no sentido de passado distante que não importa mais, e me sinto assim meio patinho feio por não me contagiar com essa expectativa de que, abre-se uma nova porta e o que importa é a felicidade plena que viveremos pelos próximos 365 dias! Acho lindas as festas nas praias, os fogos, o fervilhar das bolinhas do champanhe fazendo "cosquinhas"  no nariz da gente, e as carnes deliciosas dos bichos que não ciscam para as coisas não andarem para trás, o salto das sete ondas (às vezes até sete quedas, de tanta bebida! rsrs), as sementes de romãs ou uvas para colocar nas carteiras e chamar mais dinheiro, os abraços, a contagem regressiva... adoro mesmo são festas!
                                        Já passei reveillon  na praia de Copacabana ou de Guarapari,  num voo promocional vindo de Porto Alegre (quem pegasse o voo de 23.50 pagaria com 50% de desconto, e lá estava eu), já passei com família, sozinho, namorando, chorando, vendo o Faustão ou a Ivete, bêbado ou lúcido, de branco ou de preto, com barba ou sem barba, menino, moço ou já mais envelhecido.  Já vi gente jogando flores para Iemanjá ou em adoração ao Santíssimo, já vi farofeiros na praia ou banquetes requintados em restaurantes caríssimos, já comi leitoa que sobrou do Natal e que foi congelada,  já passei com dinheiro no bolso um "numa merda de dar dó!", enfim, foram assim mais ou menos as 51 passagens de ano que já vivenciei. Mas muitas dessas situações já vivi também em dias normais do ano, tipo um 22 de abril ou um 7 de outubro, sei lá! E das coisas específicas da "passagem" (acho essa palavra meio conotativa de espírito, ou Santo ou "de porco mesmo") gosto mesmo é da comilança, da música, e de tudo que lembra festa: sou um festeiro contumaz e qualquer prazer me diverte.
                                       Prefiro aproveitar a data para bater um papo com uns poucos amigos falando das coisas normais que me aconteceram no ano, muitas vezes até coisas de outros anos passados e que tornam nossos dias mais alegres ou mais tristes e, na maioria das vezes nem notamos como o dia foi, apenas dormimos e acordamos no outro dia para viver mais um. Provavelmente lembrarei de 2009 como o ano que perdi meu pai mas que também recebi o prêmio de ver minha peça de teatro selecionada para se apresentar em teatros de Juiz de Fora; lembrarei que minha filha Fernanda comprou um apartamento no Rio e o Saulo foi morar em Londres e a Luiza passou direto no período de sua faculdade; estarei na minha casa de um tão sonhado telhado novo e com as paredes ainda com cheiro de tinta fresca; ainda há tempo de terminar de ler o livro do Mário Benedetti que compete bravamente com minhas vindas ao computador; a Cláudia já está arrumando as coisas que vamos comer e a Glória já dorme aqui a três dias esperando o Ano novo chegar; de vez em quando o Ravi (o cãozinho da casa) rosna e corre para a porta e sempre acho que é o Elenilton que já está chegando; espero ansioso notícias da Hilza que levei ontem para o Hospital com uma dor que mais me pareceu um torcicolo mas que a deixou assustada; passarei na mamãe como passo quase todos os dias para lhe dar um beijo e mostrar, mesmo sem falar, que a amo muito; Denyse deve comentar sobre a sua casa nova e a Leyse da alegria da construção de sua casa no sítio; um sobrinho estará no computador e um ou outro assitindo a tv. Enfim, é isso que eu acho de Ano Novo... é todo  dia novo ou velho conforme estamos mais propensos às emoções.
                                            Não rezarei para conseguir coisas para mim, nem para minha família ou pelos amigos. Sou meio maluco nesse lance de religião - nem sou, fiquei! rsrsrs Rezo  muitas vezes um terço, outras vezes uma Ave-Maria corrida ou mesmo só elevo meu pensamento a Deus. E não me preocupo se vou para o céu ou inferno e nem fico programando minha vida para essa conquista: se hover o céu, irei ou não pelo que fui e pelas boas ou más ações que eu tenha praticado e que foram feitas sempre com boas intenções mas que muitas vezes nem tem o resultado que esperamos; pelo menos tentei do meu jeito, como  o meu coração mandou, nada porque fui doutrinado para fazer assim ou assado (acho que vão assar pernil aqui hoje)  como Deus quer. Acho egoismo rezar e mandar celebrar missas só para os parentes e amigos sabendo que tem tanta gente passando fome no Quênia ou morrendo nas ruas de Bagda, estando precocemente órfãos pelas bombas dos americanos ou dos dos iraquianos, nas mãos dos coiotes mexicanos ou arratados pelas tempestades nas enchentes do sul do mundo! Que Deus os abençoe e proteja, isso já me fará melhor. Nós outros temos mesmo é obrigação de lutar para sermos felizes com o que Ele nos deu e com o que pudermos contruir para melhorar um pouco a humanidade "a cada safra".
                                               Só passarei mesmo de roupa branca, disso não posso abrir mão, pelo menos este ano: estarei de plantão sobreaviso para qualquer dor de dente que apareça no Pronto Socorro Municipal. Feliz Ano novo a todos!    


segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Fátima Cerqueira, 
                           Um Poema de Natal



"Marcelino: Engraçado como a gente add certas pessoas no orkut assim do nada, sem nem entender direito pq! Um dia, passando por aqui dei de cara com a Fátima e fiquei meio q preso à imagem, à poesia, ao perfil, ao jeitão dela! E a gente nem nunca conversou, nem recados, nem mesmo (gaD) esses scraps horrorosos q vivem invadindo nossa página! Mas ficou lá, no quadradinho de uma foto séria e compenetrada com cara de quem tá pensando e q sabe pensando em q! Sempre q passo dou uma olhadinha, leio umas coisas dela, fico meio q vigilante do q ela está fazendo ou acontecendo! E nesse encontro q não acontece nunca (até pq nunca mesmo nos falamos) fico daqui na espreita de q um gancho qq nos aproxime um pouco! Sou tão tímido q não sei se ousaria mesmo me dirigir a ela! Mas confesso tb q adoro tê-la aqui meio q acoplada ao meu mundo virtual onde os sonhos tb se fazem imagens daquilo q podemos criar! Te gosto poema, te gosto imagem, te gosto pessoa! E fico feliz por te imaginar! E mesmo sem um abraço ou um toque qq, te acho especial "

Pois é, esse foi então nosso primeiro encontro no orkut! E eu que carrego essa timidez matuta de gente do interior, aos poucos fui "falando" com ela e trocamos poemas, ideias, projetos; falamos de receitas e literatura, filhos e flores, conversa séria e conversa fiada. E agora que eu havia descoberto que aquela foto tão sisuda, na verdade escondia um doce de pessoa, de sorriso fácil, solidária demais e densa em suas palavras e em suas atitudes. Foi o fã se encontrando com o ídolo, pois descobri logo que era a maior poeta que eu havia conhecido, assim com cheiro, abraço, gargalhadas e afeto, muito afeto. E olha que ela me presenteia no meu niver (ou natal, ou os dois!) com o mais lindo poema que eu poderia receber. Claro que sei que colocou muita bondade em tudo que disse e nem se lembrou de minhas rabugices - mas sei que ninguém presenteia algém com coisas feias ou negativas. Por isso e por todo o carinho e amizade que também sinto por ela, publico aqui o que ela me mandou. Não é que eu divida isso com vocês, apenas deixo que se deliciem com essa beleza que minha amiga me mandou.

 

Fátima: eu pensei em dizer um  feliz aniversário igual, mas achei muito chato. Aí escrevi isso: 

Tudo é simples quando se sonha
Estalam-se os dedos
E o sofrer se espanta
Há meninos que nascem no Natal
Algumas meninas também

Mas eu conheço um moço
Que confiscou o tempo
Nasceu com ares do menino Jesus
Desassossegado
Faz coisas mil
Semeia

Pendura origâmis
Espera que o vento os sacuda
Pousam em seu olhar
Magia

Eu o conheço de pouco
Mas sei algumas coisinhas
Que é capaz
Tem bicho carpinteiro
É obreiro
Insofrido
Impetuosamente
Criador de sonhos

Faz anos hoje
Quantos? Não importa
Decerto o tempo não existe
Pro meu amigo Marcelino
Moço de alma aberta
Coração cantador.

Feliz- idade







terça-feira, 22 de dezembro de 2009

 Feliz Natal!



                                          Já havia decidido que não postaria nada sobre o Natal, afinal tudo foi dito ou é repetidamente dito sobre a data máxima da cristandade e que acabou mesmo virando apelo comercial, ou comensal, ou biriteiro mesmo. Passava por aqui, abria o blog e, mesmo que me viesse sempre o assunto Natal, fugia com meu teimoso jeito de ser e de "embirrar" com as coisas! Mas fui à rua e, mesmo que não fale do tema tão batido, não posso deixar aqui de registrar meu deslumbramento com o trabalho da Cida Saluan nos enfeites da Praça Dona Ermelinda: diferente de tudo o que já foi feito e de um bom gosto e de uma singeleza que nos emocionam e nos remetem aos natais da infância, aos filhos ainda pequenos em torno da Árvore de Natal, a ansiedade na troca dos presentes, abraços de parentes e amigos e, no meu caso, até mesmo do Parabéns pra Você, já que no dia 25 também comemoro meu aniversário.
                                        A imponência da fonte de luz nos lembra que devemos insistir para que ela nos traga de volta a brisa fresca nas noites quentes quando ficávamos em torno do repuxo sentindo a água de cores variadas serenando nossa meninice. O presépio, o trenó, os anjos, as velas, os bonecos irlandeses (será isso mesmo?), os bonecos de neve que teimam em resistir ao nosso calor causticante e que nos lembram das bolas de sorvete ali do "Zé Lúcio", e os pisca-piscas que acendem nossos sonhos e fantasias de Natal. Como nos faz bem ver as pessoas passeando absortas e deslumbradas com as cores e luzes que pontuam a praça e que renovam sim esperanças de confraternização, solidariedade, desarmamento, paz.
                                       Até a Praça Ary Parreiras (conhecida mesmo como Praça das Mães) exibe uma bela árvore com suas girlandas e luzes saudando os miracemenses e os visitantes que passam por ali. E o Solar da Dona Brasileira nos traz uma iluminada medalha com um presépio postado diante a Igreja Matriz; e essa, ah! essa belíssima Igreja obra máxima de nossa arquitetura, transmite luzes de bênçãos para todos, lembrando que o Cristo que todos queremos é bem-nascido e bem-vindo no anúncio de um Novo Ano cheio de paz e de saúde. E mesmo que os pisca-piscas não pisquem (do jeito que o Padre pede), trazem a chama de luz que precisamos sempre.

                                       Pois é, Cida, você construiu meu Natal! E a partir daí já fui comprar presentes, iluminar  minha sacada , programar a ceia e organizar tudo para que seja mais uma Noite Feliz das 52 que se completarão para mim! E claro que desejo que venham muitas outras! rsrs
                                                                     
                                                                                         Feliz Natal a todos!

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Luiza



                                     Luiza                 

                         Minha filha caçula, a Luiza, hoje está competando seus 21 anos! Meu Deus,como o tempo passa rápido e os filhos crescem e a gente nem vê! Eu diria isso para cair no lugar comum e para fugir das verdades que desmentem essas frases feitas que nos embalam pela vida a fora! Passa rápido nada - e a gente vê eles crescerem sim, dá um trabalho danado! Trabalho maior mesmo é em ficar preocupado se "vai dar certo", se estamos caminhando com segurança nessa história de educar filhos. Sempre me preocupei em criar filhos objetivando dar-lhes raízes e asas. Raízes naquilo que temos de herança genética, de experiências com nossos pais e irmãos, nas tradições herdadas, na busca de um Deus para nos confortar, coisas assim... mas o legal mesmo é construir as asas para que eles possam julgar e optar pelo que encontraram de bom e de mais seiva mesmo para lhes alimentar os sonhos; asas que lhes transporte à busca da felicidade mas que também os traga de volta ao porto seguro que os espera sempre no cais de braços abertos para redefinir caminhos, plantar novas buscas, compartilhar desejos. E mesmo no ausente convívio que tive com meus dois filhos do meu primeiro casamento, sempre nos procuramos na renovação dessa perspectiva de cumplicidade na busca da felicidade.
                        Sempre que falo com meus filhos a primeira preocupação que tenho é saber se estão felizes... e se estão, a partir daí é tudo muito mais fácil. Claro que nunca os imagino abobalhados e risonhos num permanente estado de graças: os quero felizes nas lutas, nas buscas, nas metas a curto prazo que poderão lhes ser úteis logo ali na frente, na virada da próxima esquina que lhes trará a nova surpresa. E essas asas que procurei lhes dar são frutos do que li nos livros de literatura e nos escolares também, das peças que assisti, das solidariedade que vi passar diante de meus próprios olhos, das paisagens das viagens e dos discos que ouvi. E  não adiantaria nada lhes contar tanto se também não lhes apresentasse meus exemplos, minhas atitudes diante dos fatos da minha vida: não só vi a banda tocar mas também estava na turma do aplauso e ainda tocando tambor para difundir minhas ideias. E a partir do que fiz de bom ou ruim, eles tiveram um parâmetro para saber o que  de legado transmiti para incorporar aos seus valores.
                          Fui falar da Luiza e acabei falando mais de mim do que dela!. É que nossa vida ainda se confunde nas emoções que dividimos e que nos construiram pai e filha, numa jornada espetacular que pode até ter curado alguns dos meus dissabores,mas que certamente deram um novo norte aos meus dias. Luiza contagia com sua alegria, seu carisma, seu carinho! Tem o abraço e o cheiro daqueles nascidos para dar paz! Tem uma forma espoleta e ao mesmo tempo doce no seu trato comigo. Amo-a pelos acertos e pelos erros, pelas noites encolhidinha no canto da cama e também pelas noitadas preocupantes que sempre acabam de dia, pela delicadeza de seus traços físicos e por esse sorriso que abranda qualquer dificuldade. Querer que ela fosse mais estudiosa e menos baladeira, seria não querê-la Luiza. E o que faço mesmo questão é de tê-la assim, displicente e densa ao mesmo tempo. Finge que não está nem aí para o que ocorre ao seu redor mas está sempre observando, sempre me perguntando onde estou e se estou bem. E quando se despede falando "Juízo, pai!rsrs" me derreto todo, um Pai Nosso mesmo, criador e criatura de momentos tão lindos.
                         E nessa data em que comemora seus 21 anos só posso mesmo lhe desejar felicidades! É tudo que ela precisa para se fazer (e a mim também) a pessoa mais importante do mundo! E mesmo que todos digam que é a cara da mãe e que a Claudia fique toda cheia com isso, sei que ela tem o pé "a cara" do pé do pai! Bom demais se orgulhar dessa menina. Beijo de pai para você, querida Luiza!



PS: Falarei da Nanda no dia do seu niver também, já está quase chegando. Outra filha, outra história!

domingo, 13 de dezembro de 2009

Meu Velho Amigo

                         Meu  Velho  Amigo


                    Ao abri-lo, já vejo estampado sua apresentação: é um autêntico Ritter halle, da Grossh.Sachs - Pianoforte - Fabrik - German, representado no Brasil pela "A Campos", Casa Standart - Ouvidor, 72 - Rio de Janeiro.


                    Fiz essa firula toda para, na verdade, falar do velho piano alemão que tenho na sala de minha casa: e mostrar a importância do instrumento que já trazia gravado sua origem e seu importador. Comprei-o no Antiquário de minha amiga Conceição por um preço até simbólico (claro que não vou revelar aqui! rsrs) e, sem dúvida, foi uma das grandes aquisições que fiz na minha vida.
                    Fui criado numa casa que sempre teve piano e acabei aprendendo alguma coisa "de ouvido", de tanto ouvir minha irmã Leyse tocar - aliás, uma das maiores pianistas que já ouvi, ao contrário da Denyse que só aprendeu mesmo o "Noite Feliz" (ela vai me matar se ler isso aqui, mas corro o risco porque isso sempre me vem à memória). Ficava eu então ouvindo os clássicos e os populares, até que um dia minha curiosidade levou-me a arriscar alguma coisa também - e até que saiu, dá para o gasto!
                   Mas voltando ao meu piano, logo depois da compra, fiquei curioso imaginando as mãos que passaram por suas teclas de marfim (hoje muitas já substituidas pelas sintéticas, de plástico mesmo) em suaves canções ou apoteóticas sinfonias, talvez algumas valsinhas ou até mesmo chorinhos ou marchinhas. Quem sabe até tenha sido motivo de começos de namoros ou saco de pancadas em desilusões amorosas; talvez já tenha participado de saraus ou de audições de Chopin , Bach ou Bethoven. Sei que pertenceu durante anos à Dona Doninha, esposa do Sr Chico Alves, portanto com muitas histórias que me podem ser reveladas pelas filhas da Brasileira ou do Dr Miguel Ângelo de Martino. Acho legal ter em minha sala bons fluidos que se expandem em notas musicais e que só podem irradiar bons momentos.
                  Em algumas festinhas aqui de casa às vezes um pianista presente nos brinda com belas interpretações, mas na maioria das vezes sou eu mesmo que me esforço em acompanhar a Glória em suas interpretações das mais belas canções românticas de nosso cancioneiro (na verdade, ela que me acompanha, numa correria só atrás dos meus acordes! rsrsrs). E as faxineiras gastam praticamente meio vidro de óleo de peroba bezuntando-o da forma como eu imagino que sempre o tenha sido tratado.
                  É um grande parceiro este meu piano e praticamente todos os dias passo por ele no seu já desafinado som mas ainda demonstrando uma robustez que certamente se estenderá pelas próximas gerações. Lembro-me da emoção de minha avó interpretando uma ou duas músicas que ela se lembrava ainda nos seus 90 e tantos anos de idade e que a faziam tão feliz e a todos os seus filhos e netos que rodeavam-na nesses momentos.
                 É mágica essa relação que temos, como que conversando, mesmo sabendo eu que tirando dele as coisas que eu quero ouvir. Em minha sala, meu amigo piano me conta coisas de minha infância e canta momentos meus.







                  

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Recordações II

Chá de Poesias 1, 2 e 3



                         Na época em que participávamos da diretoria do Grêmio Recreativo Escola de Samba REAÇÃO, criávamos eventos durante o ano para arrecadar fundos para a confecção das fantasias e, com certeza, os Chás de Poesias ficaram na minha memória como uma das boas recordações daquela época. A ideia partiu do Dr  José Souto, na época o presidente da agremiação, e foi apresentada em três oportunidades, sempre com grande aceitação. Consistia em organizarmos um chá com bolos, salgados, sucos, café e biscoitinhos e, enquanto se fazia a degustação dos quitutes, apresentávamos, eu e a Glória Vargas, poesias de miracemenses.
                         Claro que no primeiro evento, eram poesias nossas, já que se tratava de um experimento e preferíamos nós mesmos corrermos o risco se não desse certo. Então ficávamos no palco (no auditório da EE Dr Ferreira da Luz) e, de uma mesinha com chá, declamávamos alternadamente nossas composições. Havia também um fundo musical para cada apresentação e também uma abertura para que ao final algum poeta presente, se quisesse, também apresentasse seu trabalho. Foi super interessante e logo surgiram mais dois eventos no mesmo formato, um  com poemas das Professoras Odila Pinheiro  e Maria Tereza Poly Alt em que as próprias autoras fizeram as declamações e outro, com poemas do Professor Hermes Simões Ferreira e do poeta Júlio José de Oliveira, também declamados por mim e pela Glória.
                         Foram tardes agradabilíssimas sempre com um bom público e com  bastante entusiasmo por parte dos homenageados e dos frequentadores.