sábado, 31 de outubro de 2009

Poema: Dia de Finados



















DIA DE FINADOS


E todos os homens, mulheres e crianças
Enchem seus braços de flores.
São palmas brancas,
Rosas rosas,
Margaridas amarelas,
Ciprestes, samambaias,
Sempre vivas. E velas.


E lentamente caminham para a cidade alta,
A cidade morta;
E aos poucos ela se enche de flores,
De cheiros, de gente,
De crenças, de choro,
De sensação de vida,
Da sensação de viva.


E a cidade alta,
Cidade morta,
Está feliz-cidade viva,
Felicidade morta.

                                                             marcelino tostes padilha neto 

 

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Castelo de Areia





Em sonhos nômades
Andei nas praias
Catando  pedras
E conchas
Para construir meu castelo


Combati piratas
Amei sereias
Ouvi as músicas
Dos sons do mar
Cativos num só caramujo


Molhei meus pés
No sal do azul
Formei atóis
De ilhas crespas
Me expondo às marés constantes


E no faz-desmancha
Como se cartas
Pesquei saudades
Somente um peixe
Para o meu aquário

                                                                                           Marcelino Tostes Padilha Neto





segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Li, gostei e recomendo!

                                            
                                           A  MENINA  QUE  ROUBAVA  LIVROS 

                                Acabei de ler o livro de Markus Zusak, " A menina que roubava livros" e não posso deixar de recomendar para aqueles que gostam de um bom livro, com muita ação e principalmente muita emoção. O autor trata as palavras com tanta delicadeza que às vezes nos imaginamos diante de uma tela onde a história se passa de forma contundente e sem ser piegas: é o que imaginamos quando pegamos mais um livro que narra as barbáries da Segunda Guerra Mundial. E é gostoso demais constatar que não é mais um livro sobre judeus perseguidos e sim uma riqueza no trato das palavras e no encantamento com cada capítulo! Claro que não vou aqui fazer uma resenha, mesmo porque não é essa minha proposta e certamente nem sei fazer isso com propriedade. Só mesmo recomendar, falar que é um ótimo livro e que não lê-lo é perder uma oportunidade para quem adora uma boa leitura.Acho que ficarei ainda por um bom tempo com a Liesel e sua saga em minha memória!

        
                               E, uma dica: nessa época antes do natal praticamente todas as boas livrarias estão com promoções fantásticas! rsrsrs E certamente é um excelente presente para o Natal! 


domingo, 25 de outubro de 2009

O Meu Abacateiro








                Plantei no meu quintal um abacateiro, muda que me foi dada por minha mãe! Há poucos dias fiz o plantio e já o vejo irreverente apontando para o céu na busca de uma luz que o faça crescer e atingir pontos altos para produzir seus frutos. Ficou assim meio imprensado entre um pé de acerola sempre viçoso e várias ramas de beijos em cores variadas que lhe enfeita a aguerrida busca. Avizinha-se ainda com um pequeno orquidário e uma ainda muda também rainha da noite que certamente lhe perfumará as noites dos dias que o aguardam. Um pouco mais abaixo, também coloridas hortênsias com seus lilases e rosas que lhe servirão de tapete e usufruirão de sua sombra.
                Rego a cada manhã esta singela planta, já sonhando com os frutos e os galhos e folhas que habitarão meu quintal! Engraçado que quando o plantei, imaginei o tempo que levaria para se tornar árvore e só hoje soube que dentro de uns dois anos possivelmete se tornará um jovem abacateiro que poderá inclusive já produzir seus primeiros abacates. Não me importo tanto com esse tempo, pois aos cinquenta anos de idade não se tem mais a ansiedade da juventude e nem a certeza da longevidade dos sonhos sonhados! Lá vai ele crescendo numa lentidão só percebida numa folhinha ou outra que surge em verdes de matizes que se alternam de acordo com a maturidade. Também eu me apodero de cores e maturidades para ir "tocando meu barco" na busca de um futuro digno e calmo, cercado dos frutos e sabores que acaso eu tenha plantado!
               Lembro-me de amigos que também são amigos de suas árvores, umas em seus quintais, outras num jardim da casa, outras até mesmo em paisagens que se tornaram públicas pela exuberância de seu porte que avançam para o céu em buquês de confetes em suas floradas. São saudosos manacás ou ipês, pés de figos ou de  sapotis, caramboleiras ou amoreiras! Partes da infância e da juventude de poetas e românticos  que lhes abraçaram troncos ou lhes fizeram poemas em noites de luas cheias ou tardes de chuvinha fina com gosto de biscoitinhos também de chuva! Agora já não os invejo e cuido da minha futura árvore na busca desse prazer permanente de lidar com a vida que surge.
                Quero muito que uma cigarra cante em seu caule e rolinhas e beija-flores façam seus ninhos em seus galhos... tomara que eu saboreie seus frutos com meus filhos ou netos (que porventura venha a ter)  falando para eles das histórias da árvore e das minhas também! E que possamos dar boas risadas com a boca lambuzada pela gordura dos abacates em nossas tardes de descanso pelo quintal aqui de casa!

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Telhado




                               Estou às voltas com a construção de um telhado aqui na minha casa! Vem chegando época de chuvas e, como bom brasileiro que sou, fui adiando a obra até não poder mais; já até perdi uns dias por conta das tais chuvas que já anunciam mais um verão de tempestades e ventos que acalentam mas também assustam quando trazem consigo desabamentos, enchentes, destelhamentos...
                              Enfim lá está o alto da minha casa tomando ares de casa protegida e preparada para enfrentar alguns verões sem goteiras, sem infiltrações, sem amolação de arrastação de móveis. Escolhi telhas coloniais porque são as que mais me lembram as casinhas típicas de interior e sempre fica um cheirinho de barro quando molhadas pela chuva, principalmente nas partes onde ficarão aparentes. Pedi também que fosse feita uma extensão para que avançasse um pouco para o quintal e a varanda para que as bicas d'água de suas calhas ficassem longe das portas e janelas, evitando entrada de água já que sempre mantenho abertas, como boa casa de interior.
                             Parecem franjas de tão certinhas e pelo charme que deram para a minha velha casa. Aliás, essa casa parece mesmo é obra de igreja! Nunca tive pressa em acabar e acho que a construção da casa é mesmo como a própria contrução da vida da gente: nunca acaba! Vai-se acrescentando cômodos e arremates, mudam-se as cores das paredes e das portas, inventa-se sempre um cantinho a mais para se colocar qualquer coisa, tipo badulaques acumulados e sem serventia mas que achamos que uma hora terão um uso qualquer! Começo a obra e às vezes interrompo para fazer uma viagem, ou comprar umas outras coisas, ou mesmo por falta de grana ou mesmo de paciência para tocar a obra!
                           E a poeira ataca a rinite, se acumula no pelo do Ravi (um cachorro, novo xodó da casa), suja o chão e carrega pegadas prá lá e prá cá no vai e vem de toda a casa! Como a parte que está praticamente pronta é a cobertura de um mezanino que tenho no meu quarto e que ficará aparente, já penso em encomendar novos origames para o Orlando para enfeitar pendurucalhos que gosto de admirar no balanço dos ventinhos das tardes! Já tenho também o sino, presente do mesmo amigo que me lembra das coisas de Minas, coisas de artesanato mineiro!
                          Espero muito que a cumeeira arremate meus sonhos e proteja minha casa, minha família e amigos que a frequentam. Ainda conviverei por alguns dias com o barulho e a sujeira da obra; mas sei que logo terei a tranquilidade e a limpeza para curtir por tantos outros verões chuvosos e pelos outonos de meus dias. 

segunda-feira, 19 de outubro de 2009



Gloria Vargas, uma amizade!

               Lembro-me de quando fui trabalhar na EE Prudente de Moraes, dentista recém-formado, e lá estava ela, a professora Glória Maria da Consolação Freire Vargas de Oliveira, um diferencial na minha vida, uma amizade que já dura a 30 anos! Nossa, quanta coisa já fizemos juntos... aliás, acho que praticamente já fizemos tudo juntos (quase tudo, claro! rsrs). Poesia, pintura, carnaval, teatro, artesanato, música, viagens, comilança, porres, ombro amigo... solidariedade sempre! Claro que tenho outros grandes e ótimos amigos, mas sempre que vejo essa palavra, a primeira pessoa que me vem à cabeça é ela! Gosto do abraço dela, do suco de laranja, da varanda da casa dela, da cor da casa dela, dos gatos e dos quadros dela! Tão simples e tão chic, tão meiga e tão forte, é o meu poema que não consegui fazer! Falo para ela tudo de mim e sei praticamente tudo dela (acho até que tem umas coisinhas que ela não me conta e finjo que nem sei! kkk). É divertida da mesma forma em Guarapari e em Ouro Preto, no Canadá ou na praça sem tirar o capacete. Apresento-a às pessoas que conheço como se ela já fizesse parte do pacote da minha vida... e os conhece tanto como eu e os trata como se fossem também parte de mim! Exuberante na sua farda de Acadêmica ou numa calça jeans desbotada, às vezes tenho vontade de vesti-la com uma burca para passar na rua Direita, de tantas paragens em vitrines ou com amigos e conhecidos. Ela tem estado um pouco triste mas mesmo assim me mata de rir... mas passa! Logo logo estará inteira de novo... vou curtindo os cacos que ela vai juntando para se renascer como a Fênix que sempre foi!  Tenho tanto orgulho de tê-la comigo, que hoje divido com vocês o prazer desta amizade! Amigo é mesmo coisa... coisa de louco essa amiga que tenho e que tanto amo!

sexta-feira, 16 de outubro de 2009



                     Grupo Reviver apresenta Teatro Amador: "Com efeito, ora veja! Vovó faz 100 anos!"


Pois é, cá estamos nós de novo às vésperas da estréia de nossa terceira peça! A expectativa é grande já que ousaremos numa comédia mais rasgada, mais ousada! Os "artistas" já estão acusando o tal friozinho na barriga que divido com eles! Mais uma vez escrevo um texto para o grupo onde entraremos no mundo familiar nos preparativos para a comemoração do aniversário de 100 anos de Dona Miquelina! Suas filhas Nicolina, Ubaldina, Modestina, Rosalina e Laudelina e seu neto Buquinho (claro que é um apelido, o nome será revelado no palco!rsrs) vivem momentos tão iguais aos de tantos que se envolvem na organização desses eventos familiares e ainda são atormentados pela vizinha que se mete sempre em seus assuntos, a Brigite da Imaculada.


Os artistas, Ana Torres, Conceição Oliveira, Graça Salim, Maria Amália Pinheiro, Marly Lopes, Matheus Mattos, Neide Gutterres e Zezé Nogueira compõem o elenco.


Cenário de Glória Vargas, figurino de Maria do Carmo Castro, maquiagem de Bruna Ladeira e sonoplastia Elenilton Duarte.


As apresentações acontecerão nos dias 11, 12 e 13 de setembro/2009, às 20horas, no Clube XV.


Contamos com a presença de todos!




Postado por Marcelino Tostes Padilha Neto às 15:13 2 comentários